Era uma vez… Hypnerotomachia Poliphili (II)
CAPÍTULO II :
Poliphilo procura pela origem de uma doce melodia
“Poliphilo, temendo os perigos do escuro bosque, faz uma oração a Júpiter e começa a ficar ansioso e com sede, quase a desfalecer.” Desejando ardentemente água para se refrescar, Poliphilo sai do bosque ao avistar um ribeiro perante o qual se ajoelha – deixa a zona obscura e entra numa zona de luz :”uma primavera gloriosa surgiu perante mim”.
No entanto, quando se prepara para matar a sede, começa a ouvir uma suave e maravilhosa melodia, uma música que lhe parecia tocada pelos deuses. Poliphilo fica como que hipnotizado por aquele som e começa a segui-lo, tentando encontrar a sua origem, e negligenciando a própria sede. Mas a música parece mover-se de local em local e o corpo cada vez mais fatigado de Poliphilo insiste em encontrá-la até que, demasiado exausto para continuar, acaba por se estender debaixo da sombra de um grande carvalho, e lentamente adormece novamente…
(continua)
Bela passagem marcando o conflito entre as necessidades do corpo (a sede e o cansaço) e da mente (a música) e a passagem da sombra à luz.
Beijos e uma linda semana para você.
O conflito vai continuar durante toda a história, e é essa tensão que enriquece a aventura de Poliphilo e é o seu aspecto central: tal como cada um de nós, no seu caminho Poliphilo vai tomando as suas opções balançando entre respeitar o corpo ou a mente, e elas vão determinar a sua vida.
Beijos também!